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📢 Fevereiro foi intenso – e vocês fizeram parte disso!
Crescemos e alcançamos mais de 1 milhão de contas este mês! Além disso, ganhamos mais de 10 mil seguidores. Tudo isso só foi possível graças ao seu apoio. Foram 13 vídeos postados, e aqui vai um resumo do que rolou:
Começamos o mês discutindo como o MBL odeia os pobres e como o racismo está enraizado no liberalismo. Para esse vídeo, utilizei o conceito de Aporofobia, do grego á-poros (sem recursos, indigente) e fobos (medo), que significa o medo e rejeição aos pobres. Mostrei como a política do MBL está alinhada com essa hostilidade, seguindo uma lógica que já era defendida pelos pais fundadores do liberalismo
O liberalismo não é apenas uma ideologia econômica, mas um projeto político que, historicamente, excluiu os mais pobres. Os mesmos que hoje falam em “meritocracia” ignoram como o sistema foi estruturado para manter as desigualdades.
Falamos também sobre o racismo em lojas de luxo, um problema que atinge até negros das classes A e B. Uma pesquisa revelou que 90% dos clientes negros já sofreram racismo nesses espaços, mostrando que não importa o quanto um negro ascenda economicamente – ele ainda será tratado como cidadão de segunda classe
Isso escancara a realidade de um racismo estrutural que vai além da questão financeira. Como diz Mano Brown, “Você sai do gueto, mas o gueto nunca sai de você”. A luta precisa atacar as raízes do problema, não apenas seus sintomas.
E algumas lojas de alto padrão sentem vergonha dos clientes pobres.
🎶 O Ataque ao Funk e Rap: Hipocrisia de Ricardo Nunes
O funk e o rap sempre foram perseguidos pelas elites, e agora vemos mais um capítulo dessa história com a Lei Anti-Oruam, apoiada por Ricardo Nunes. O projeto busca criminalizar a cultura periférica sob o pretexto de “combate ao crime”, mas sabemos que o verdadeiro objetivo é silenciar a voz da favela.
Enquanto séries como Narcos e Breaking Bad glamourizam o tráfico, a periferia é censurada por contar sua própria realidade. Esse ataque não é contra o funk e o rap – é contra a cultura negra e periférica como um todo.
Muitos ainda tentam espalhar a mentira do “racismo reverso”, mas os dados mostram outra realidade. Negros são maioria entre os pobres (75%), presos (64%) e vítimas de homicídios (720.927 entre 2002 e 2021). Além disso, 63% das pessoas abordadas pela polícia mais de dez vezes são negras.
O racismo não é apenas um preconceito individual, mas um sistema de dominação, como explicou Frantz Fanon. O próprio STJ já declarou que o racismo é um sistema de opressão contra os negros. Quem nega isso apenas reforça a marginalização da população negra.
🎤 Kanye West: Da Ascensão à Queda
Falamos também sobre Kanye West, que passou de inovador a símbolo do que acontece quando a busca por relevância supera a arte. Após uma série de declarações polêmicas e apoio a ideologias extremistas, Kanye se afastou da inovação que um dia o definiu
Se antes ele era visto como um gênio criativo, hoje ele é apenas uma peça no espetáculo do fascismo. Sua trajetória serve de alerta sobre os riscos de artistas se perderem na busca por atenção a qualquer custo.
🏈 Kendrick Lamar no Super Bowl
O Super Bowl não é só um evento esportivo – ele é um palco global para discursos políticos. Kendrick Lamar usou esse espaço para relembrar a promessa não cumprida dos “40 acres e uma mula”, símbolo da dívida histórica dos EUA com a população negra (BBC - “A promessa não cumprida dos 40 acres e uma mula”).
Sua apresentação foi carregada de simbolismo, trazendo à tona a luta contra o racismo estrutural. O racismo nos EUA não desapareceu – ele apenas se adaptou a novas formas. Como apontam teóricos como Stuart Hall, a cultura é um espaço de disputa política e simbólica (Stuart Hall - Cultura e Representação (2016)).
Além disso, a Equal Justice Initiative (EJI) analisa como a escravidão e o racismo sistêmico deixaram marcas que ainda afetam a vida dos negros nos EUA (Equal Justice Initiative - Racial Injustice Calendar). A luta está longe de terminar (Jacobin Brasil - “Poder em qualquer lugar onde haja povo”).
🇺🇸 Obama e a Representatividade Vazia
Muita gente ainda vê Obama como um símbolo de progresso, mas sua presidência não trouxe mudanças estruturais para a comunidade negra. Pelo contrário, abriu espaço para a ascensão da extrema-direita, mostrando que representatividade sem transformação real não significa nada
O verdadeiro avanço não vem de indivíduos ocupando cargos no topo, mas da organização coletiva para transformar o sistema. Sem luta, a história se repete.
Fontes:
Barack Obama é um criminoso de guerra
Obama defende diálogo entre policiais e comunidade negra dos Estados Unidos
Vigiar, punir e lucrar: Kamala Harris e o encarceramento de minorias nos EUA
🚔 A Polícia Militar de São Paulo e a Violência Sistêmica
A PM de São Paulo foi classificada pela mídia internacional como a “mais perigosa do mundo” por causa de sua brutalidade . Para os marxistas, a polícia não é uma instituição neutra – ela é um braço armado do Estado burguês, criado para proteger a propriedade privada e reprimir as classes exploradas.
O problema da violência policial não será resolvido com reformas superficiais. A solução exige mudanças profundas na estrutura do sistema de segurança pública e na própria lógica de funcionamento da sociedade.
Esses foram os conteúdos inéditos que postamos neste mês.
Obrigado pelo apoio! Continuem acompanhando e compartilhando!
Att, Marcos Kayin.
